E aí vem mais um natal. Mas este promete ser uma data diferente das demais.
Não pelo clima cada vez mais maluco devido a nossa “contribuição” poluente, não pela segurança, garantida pela retomada do complexo do Alemão, no Rio de Janeiro e tão menos pela sensação de alívio, provocada após o resgate dos 33 mineiros do Chile.
Cada vez mais capitalista o Natal se distancia (?) do seu espírito sentimental de renascimento, de novas oportunidades, de esperança, de fé e etc.
Os presépios hoje são montados a partir de uma realidade virtual em terceira dimensão. Os presentes superam a expectativa de reunir as famílias. Aliás, diga-se de passagem, a lista de presentes não existe mais. Papai Noel recebe e-mails, sms, tudo no seu Ipad ou no smartphone.
Esqueça a ceia da meia noite, esqueça o amigo secreto. Isso tudo é papo de gente velha. A diversão está na disputa em games “irados” dos consoles de ultima geração. Mas veja bem, a graça está em concorrer com a máquina e não com seu primo. Ou seja, você se diverte mais sozinho, longe da família por horas, dias, meses.
Mas acalme- se porque quando os pais mais autoritários exigem o desligamento dos games e uma união da família tudo fica bem.
Garotos e garotas de 15, 16 ou até mais novos que isso aproveitam a data comemorativa e a anuência dos pais para iniciarem sua vida alcoólica e de independentcia, cada vez mais cedo.
Os pais, modernos, vindos de uma geração que foi reprimida(?), privada de alguns poucos prazeres materiais e até sexuais, confundem ignorância com liberdade.
Daí a nova geração, que quando não está em frente ao vídeo game, ao computador, prefere estar diante de uma garrafa de vodka do que num papo com a família.
Se em algum momento deste texto você identificou-se com alguma cena descrita, saiba que existem duas possibilidades a serem analisadas.
Uma, você fica feliz em saber que não é a sua família a única diferente no mundo.
A segunda...bem, a segunda é um pouco dolorida. Significa sim, que em algum momento da sua e da educação que você deu aos seus filhos algo saiu errado. Ou foi a falta de tempo para compartilhar conversas cotidianas, para ir às reuniões escolares, para ouvir sobre a nova namorada (o), para dizer se ele deveria pedir desculpas pelo erros cometidos, para simplesmente ignorar algumas ofensas, ou foi quando você decidiu comprar sua ausência “ Oh filhão, hoje não vai dar para conversarmos, tenho um jantar com os amigos. Mas aproveitando que ligou, me diga, você prefere o X-box 360 ou Nintendo Wii de presente?”.
Mas afinal, será que dá para acreditar que o Papai Noel pode voltar a existir na cabeça das crianças ou ficará entretido desvendando os segredos contidos no seu novíssimo Ipad?
Até tu, Papai Noel? Ho Ho Ho para nós!
Norton Emerson
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