segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Alice Sebold - Uma Vida Interrompida - Memórias de um Anjo Assassinado.


“The lovely Bones”foi o primeiro romance de Alice Sebold, é uns dos maiores fenômeno literário dos últimos anos. Foi o livro de ficção mais vendido nos Estados Unidos em 2002, com 1,5 milhões de cópias. O romance chega ao Brasil com o título de Uma Vida Interrompida – Memórias de um Anjo Assassinado.
Foi preciso muita ousadia para escrever um livro assim. A narradora desta história tem apenas 14 anos e sonhava ser fotógrafa enquanto ainda tinha toda a vida pela frente. O livro é em sim uma contradição, cheio de humor e esperança, apesar de ter como pontapé inicial o estupro e assassinato de uma adolescente. A história de Susie Salmon “como o peixe”, diz ela na primeira linha do romance quando começa a se desvelar na sua frente, faz os compromissos assim como os amigos, a família, a fome, o sono e até o celular tocando, parecerem bem pouco interessantes e menos urgentes.
Os “ossos“ do titulo em inglês não são os restos de Susie, a menininha que conta a história depois de morta. São a estrutura sobre a qual a vida é construída. Outra audácia é a de colocar Susie Salmon no céu. Sim foi para lá que foi a nossa protagonista, e é para baixo que ela olha com olhos atentos, enquanto conta a história de sua família, agora traumatizada de como seu assassino planeja os detalhes minuciosamente para não ser descoberto de como a policia não tem nenhuma pista sobre como chegar a ele.
A partir daí ela conta que por estar inconformada com sua morte precoce e um tanto entediada com a vida no céu decidiu acompanhar como sua família, amigos e o próprio assassino continuaram suas vidas após a tragédia. Susie passa a observar lá de cima os sentimentos inadequados que sua mãe começa a ter depois de sua morte, o jeito desesperado como seu pai começa a agir, a vergonha de sua irmã mais nova, que agora é a garota mais popular e ao mesmo tempo mais rejeitada do colégio, e o desnorteamento de seu irmãozinho de 4 anos que simplesmente quer ver os pais pararem de chorar e saber se sua irmã mais velha chega “de viagem”. E o menino de quem Susie gostava, que acaba se vendo envolvido em um acontecimento milagroso.
Mas não é justiça o que busca Alice Sebold, a autora do livro. Nesta obra aqui, é o pai da menininha morta, Jack Salmon e o chefe da policia local, Len Fenerman os que querem vingança. A escolha do tema tem a ver com a vida própria da autora, Alice Sebold, aos 19 anos quando estava no primeiro ano de faculdade e ainda sonhava ser poeta, foi estuprada em um beco do campus da universidade. Ao chegar à delegacia machucada e assustada e não mais virgem, ouviu de um dos investigadores que várias mulheres haviam sido estupradas e mortas no mesmo beco antes dela. Alice Sebold queria criar um romance de ficção quando pensou na história que viria a se transformar em uma vida interrompida. Não escreveu seu livro de memórias para desabafar ou por um desses impulsos de escritor que sua vez por outra aparecem em entrevistas. Escreveu por consideração a Susie Salmon, sua personagem principal. “Uma vida interrompida“ é luminoso e surpreendente, um romance que constrói a partir da dor, a mais esperançosa das histórias. Alice transforma uma tragédia inaceitável, o luto de uma família e a impossibilidade da justiça em boa literatura, cheia de humor e esperança.
Com um tema forte e doloroso este livro faz o milagre de valorizar a vida.
Intenso e comovente, o romance é para leitores compulsivos, pois uma vez começada a leitura, é impossível deixá-lo de lado. O romance já inspirou um longa metragem, dirigido pelo cineasta Peter Jackson, o mesmo diretor de O Senhor dos Anéis.
                                                                                                          Tiago dos Anjos

Adoniran o poeta do povo



Adoniran Barbosa, nasceu na cidade de Valinhos em 6 de agosto de 1910, ainda na infância se mudou com a família para Santo André, e lá começou a trabalhar como tintureiro, faxineiro e entregador de marmitas . Aos 24 anos se mudou para um quarto de pensão no centro de São Paulo. Abandona o emprego e decide viver de sua arte e seus sambas.
Adoniran Barbosa, não era nome de sambista, com o nome italiano não causaria boa impressão ao público, até que por indicação de um amigo (que sugere o próprio nome) passa a se chamar Adoniran Barbosa. Ainda na década de 30 em parceria com o cantor e compositor Raul Torres, criam a marcha carnavalesca “ Dona Boa”, anos mais tarde Adoniran consideraria a marcha como um fracasso, mesmo assim esta saiu em primeiro lugar e foi tocada durante todo o carnaval.
Não se destacou como cantor , e sim compositor, e roteirista, graças ao produtor e amigo Osvaldo Moles. Sua estreia no disco foi considerada tarde, os primeiros 78 Rpm “bolachões” surgiram em 1951
78 Rpm
1951- "Os mimosos colibris/Saudade da maloca" (78 rpm)
1952- "Samba do Arnesto/Conselho de mulher" (78 rpm)
1955- "Saudosa Maloca /Samba do Arnesto" (78 rpm)
1958- "Pra que chorar" (78 rpm)
1958- "Pafunça/Nois não os bleque tais" (78 rpm)
1958- "Aqui Gerarda!/Juro, amor!" (78 rpm)

Por sugestão do produtor musical J.C. Botezelli (Pelão) Adoniran estreiou no disco, na década de 70. Merece destaque a capa do segundo Lp o texto do professor Antônio Cândido, fazendo menção ao esforço de Adoniran em preservar a antiga São Paulo da garôa em suas letras.
Discos LPs
1972- "A Música Brasileira Deste Século -Adoniran Barbosa"
1974 - "Adoniran Barbosa"
1975- "Adoniran Barbosa"
1979- "Seu Último Show" (Ao Vivo)
1980- "Adoniran Barbosa e Convidados"

Uma das qualidades de Adoniran era ator , fez vários espetáculos cômicos nas noites paulistas. Um deles era o Zé Conversa e Catarina, um casal de negros pobres que ironizavam sua situação financeira por meio de humor. Seus papéis de maior destaque como ator foram, em 1953 estrearia no filme O Cangaceiro, de Lima Barreto , no papel de Mané Mole, em 1973 como Chico Belo , na novela Mulheres de Areia. Atuou também em Filmes do comediante Amácio Mazzaropi .
Os seus maiores interpretes foram : Demônios da Garôa , Elis Regina, Tom Zé, e Clementina de Jesus. Com as músicas Trem das Onze e Saudosa Maloca.
Graças a Adoniran a cidade de São Paulo conseguiu projetar um samba de genuína qualidade, antes o que era considerado como o “Túmulo do Samba” passou a ser conhecido por Samba Paulista. Para Mário Lago, Adoniran Barbosa está no quilate de Noel Rosa, ambos conseguiram expor em suas letras a linguagem simples do povo , no caso os bairros pobres do Rio e São Paulo.
Em 2010 ano de seu centenário a cidade de São Paulo programou vários shows-homenagens com a participação de renomados nomes da MPB, em abril a rede Globo prestou uma homenagem a Adoniran no programa Por Toda a Minha Vida.

Waldemar Callejon

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Exposições culturais da AFPESP ganham destaque na cidade


Arte de naif na mostra da Afpesp


A AFPESP –Associação dos Funcionários públicos do Estado de SP, dispõe de uma Delegacia Regional na cidade de Marília. Desde de 1993, quando foi implantada, a unidade atuava exclusivamente na mediação de convênios médicos, principal reivindicação dos associados da cidade. Com o crescimento de sócios na região, a AFPESP de Marilia ampliou sua oferta de serviços.
Além dos procedimentos administrativos, a unidade se destaca na cidade por promover eventos culturais, de entretenimento e de lazer aos associados como exposições artísticas, exibições de filmes, palestras, bazares de artesanato, excursões, campanhas sociais e festividades. Eventos atrativos que chama atenção dos associados e de visitantes.
O Espaço Expositivo divulga os artistas plásticos da região sendo destaque na imprensa local, o que define a Delegacia Regional de Marília como uma grande incentivadora da cultura, da educação e da arte entre os associados e a comunidade Mariliense. Sem falar da indispensável atenção calorosa dada pela Delegada Regional Maracley Nahas Cury, que nos recebeu com muito carinho.
Gostaria de colocar em evidência uma das exposições que tive a oportunidade de prestigiar este ano, a exposição “Fatos e Cores” do artista plástico Aloísio Dias da Silva, reúne cinco esculturas e 30 telas do artista que mostra na exposição acontecimentos que chamam a atenção das pessoas, como o terremoto no Haiti e a enchente na Índia. Ele pinta fatos que acontece no cotidiano e pessoas que são destaques e temas também como a bíblia e principalmente temas rurais.
O que chama mais atenção, é que Aloísio usa uma técnica francesa em suas obras, a pintura Naif. Segundo definições, os Naifs pintam sem regras e sem constrangimentos, mas são criadores de suas obras, de personalidade própria. Esse tipo de pintura não é ligado a nenhuma escola ou tendência. A técnica é que tem tudo a ver com o trabalho de Aloísio. É um trabalho lindo.
A experiência e o talento do artista renderam algumas premiações. Aloísio foi premiado pela Bienal Naif de Piracicaba e pelo 2º Salão de Artes Plásticas de São José de Rio Preto, entre outras. Suas telas estão espalhadas pelo Brasil e há algumas até no exterior.
Se você ainda não teve a oportunidade ver uma das exposições que acontece na Afepesp, eu recomendo. A cada mês, um novo trabalho é realizado no Espaço Expositivo da Afepesp, que fica na rua Álvares Cabral, 175. A entrada é gratuita. Prestigiem!

Guilherme Ferraz

Ele voltou e deu show.


No dia 22 de novembro um dos maiores ícones do rock de todos os tempos, Paul McCartney, acabou de encerrar no Brasil a sua turnê “Up and Coming Tour” que comemorou seus 50 anos de carreira fazendo uma retrospectiva musical. Na sua primeira apresentação no país, há mais de 20 anos, o músico levou cerca de 180 mil pessoas para assistir seu show no Maracanã. 
A sua turnê pelo país contou com três shows sendo um em Porto Alegre (RS), no estádio do Beira-rio com cerca de 50 mil espectadores e dois em São Paulo no estádio do Morumbi com mais de 65 mil fãs nos dias 7, 21 e 22 de novembro respectivamente  levando o público ao delírio com sua alegria e simpatia.
Sem atrasos o último show começou por volta da 21h30min no devido estádio do Morumbi e tendo cerca de 3h de duração. Tentando se comunicar com o público McCartney, usou de seu “português-americanizado” mandando mensagens para o pessoal como “É aí galera?” e “Oi paulistas”, tudo isso além de um belo espetáculo de imagens e luzes proporcionadas pela sua produção.
Em baixo de chuva, seus fãs não pouparam suas vozes para fazer da apresentação do músico um show inesquecível, repleto de homenagens e canções emocionantes. E por fim, depois de agradecer ao público paulista à recepção e ao lindo show, McCartney levou um belo tombo no palco o e que se tornou insignificante devido ao belo espetáculo que proporcionou para seus espectadores.
Com hits que o consagraram na época dos Beatles e de sua banda Wings, no qual tinha como integrante a sua mulher Linda McCartney nos teclados e acompanhamento vocal. Algumas músicas como Venus and Mars, And I Love Her, Eleanor Rigby, Something, Let it Be, Hey Jude, Blackbird, Yesterday, Back in the U.S.S.R., Day Tripper, All My Loving e Drive My Car não poderiam ficar de fora do repertório.
Paul encerrou a sua turnê “Up and Coming Tour”, levando seus milhões de fãs ao delírio.  Embaixo de chuva o músico cantou todos os sucessos que marcaram a sua carreira que foi assistida por nada menos que 600 mil pessoas de vários lugares do mundo. Esse é Paul McCartney, o legendário Beatles.


Thiago Ros

A história do cinema em um belo musical

Gene Kelly em cantando na chuva

        O filme que está entre os 10 melhores do cinema americano foi produzido por Gene Kelly, Stanley Donen e o produtor musical Metro Arthur Fredd, os quais não imaginavam a importância e o sucesso do clássico . Não há quem não tenha ouvido falar da icônica cena de Don Lockwood, interpretado por Gene Kelly, na qual sorridente após um encontro bem sucedido sapateia na rua em pleno temporal, é uma cena tão famosa que se vê em diversos especiais sobre cinema e satirizada por milhares de pessoas nos sites como youtube, mas realmente quem já assistiu ao filme sabe que seu sucesso não é só pela dança na chuva. 
         Em 1927 quando o cinema está em transição do cinema mudo ao falado e Hollywood está um verdadeiro rebuliço, pois até então os filmes tinham apenas legendas e pianistas ao fundo, tiveram que se adequear rapidamente no mercado cinematográfico. A época foi muito importante e difícil, onde muitos profissionais do cinema mudo perderam seus trabalhos, ocorrendo até suicidios e boicotes como, por exemplo, um deles feito por Charles Chaplin. 
Donald O'Connor,  Debbie Reynolds e Gene Kelly
  A história ocorre durante essa transição, mostrando a dificuldade que o famoso ator Don Lockwood e sua equipe tem para se adequar aos filmes falados e sua paixão por Kathy Selden, interpretada por Debbie Reynolds, uma a atriz que lhe chama a atenção por não dar bola ao seu charme e a questionar seu talento, fato que jamais tinha acontecido, mas com a ajuda de Cosmo Brown, interpretado por Donald O’Connor, amigo e funcionário do mesmo estúdio de Don, o casal se aproxima e a faiscada relação se torna um belo romance.
  Seu par nos filmes mudos a famosa Lina Lamont , interpretada pela atriz Jean Hagen , é apaixonada por Don e promete atrapalhar tudo quando percebe o envolvimento dos dois nas gravações, onde com a inovação do son irão protagonizar um musical, mas Lina  não só não sabe cantar como tem uma voz horrível e  Kathy é chamada para emprestar a voz á ela, que assim torna-se uma vilã na trama porque tem medo de perder seu lugar no filme e o seu amado. A partir disso nos mostra a "criação" da dublagem, recurso desenvolvido para resolver os problemas da transição do cinema mudo ao falado como, por exelmplo a cena em que se muda por vezes o microfone de Lina de lugar por ela não falar perto e não se captar sua voz e outras vezes por pegar as batidas de seu coração. 
          O filme nos mostra também o que era visto sobre o cinema falado na época, onde as pessoas achavam que haviam dubladores atrás das cortinas  sincronizados com as imagens das telas, um retrato negativo que foi superado com o sucesso estrondoso de O Cantor de Jazz em suas primeiras semanas de exibição, mas mesmo assim houve ainda quem achasse que aquilo era apenas modismo.
          Rico também em referências, é possível encontrar paródias de filmes de Gene Kelly durante todo Cantando na Chuva, como Os Três Mosqueteiros (1948), Minha Vida é uma Canção (1948) e Casa, Comida e Carinho (1950); algumas paródias a astros do cinema mudo real, como Clara Bow, Pola Negri e Henri de La Falaise e também algumas ironias, como o fato de Debbie ser a dubladora de Lina no filme, mas na vida real ter sido dublada por outra atriz durante as cenas de canto ou então o fato de que a mesma Debbie teve problema com algumas captações de suas falas quando o microfone ficou perto demais do coração e captava seus batimentos. Mas cinema é isso mesmo,  histórias em cima de histórias.
  Mas é um filme completo, cativante e divertido. É praticamente impossível não se render aos encantos de Cantando na Chuva,  filme que está incluso em praticamente todas as listas de melhores filmes já feitos no mundo é uma obra simplesmente imperdível e, mais do que isso, uma aula sobre um importante período da história do cinema. Afinal, depois desse filme, quem foi que nunca tentou sapatear na chuva na vida real?

Thais Franco 

Um grito e uma oração

Equatorian


O homem sob o abuso da violência ilustra a exposição “Guayasamín, Uma América Pintada”, circuito que ficou exposto no Museu Oscar Niemeyer de 18 de março a 29 de setembro deste ano em Curitiba, Paraná. Oswald Guayasamín graduado pintor e escultor na Escuela de Bellas Artes de Quito, nasceu em 1919 e morreu em 1999 na capital do Equador.
Em traços fortes e personagens esquálidos que relatam dor, tristeza, medo, espanto e terror, o artista deposita o peso da expressividade nas mãos e nos olhos das figuras. Em seu trabalho, Guayasamín procurava denunciar sangrentas ditaduras, guerras e violências da América Latina do século 20. Representou o Juízo Final com óleo em tela.
Influenciado por arte milenar colombiana e muralistas mexicanos como Orozco e Diego Rivera, dialogou com mestres as arte brasileira como Portinari e Di Cavalcanti. Amigo de Fidel Castro e do poeta chileno Pablo Neruda, teve sua obra reconhecida internacionalmente. Assim conquistou o Grande Prêmio da III Bienal de Barcelona e o Primeiro Prêmio da Bienal de São Paulo.
Guayasamín costumava dizer que a pintura é “...ao mesmo tempo uma forma de oração e um grito...”. Ao visitar a exposição, muito bem organizada pelo curador Pablo Davi Guayasamín, filho do artista, é possível ver 98 obras representativas do equatoriano. Frente aos trabalhos, uma sensação de incomodo, um encantamento pelas mãos que clamam por um toque e uma compaixão pelos olhos manifestos domina o observador.
O artista usa cores quentes para retratar de forma geniosa a intensidade do clima e do estado de violência em que estão inseridos seus personagens. Tons de vermelho, laranjas, amarelos e azuis dramaticamente harmonizados com o preto constroem obras que inserem o observador no contexto. Ao mesmo tempo em que encanta, molesta, importuna e perturba, enleva, suspende e extasia quem visita a exposição. 
Las Manos de la protesta














Andréia Pisco

A Cabana ensina um novo modo de ver a vida

Um livro que superou todas as expectativas, “A Cabana”, de William P. Young, foi escrito a pedido da esposa do autor para presentear os filhos no Natal de 2005. Ele jamais imaginou que o livro fosse tomar a proporção que tomou. Os filhos não gostaram da história a princípio, mas os amigos de William adoraram e foram repassando para outras pessoas.
Foi então que o autor enviou a história para várias editoras e apenas uma pequena resolveu publicá-lo. Em pouco tempo o livro vendeu milhões de exemplares e esteve no topo das críticas da imprensa. Por semanas seguidas “A Cabana” permaneceu no primeiro lugar das indicações do New York Times.
O livro conta a história de Mackenzie Allen Phillips que durante uma viagem de fim de semana tem a filha mais nova raptada e brutalmente assassinada em uma cabana. Depois de quatro anos de muito sofrimento e de descrença, ele recebe um estranho bilhete, aparentemente escrito por Deus, que o convida para voltar a cabana onde a filha morreu.
Apesar de desconfiado ele vai até a velha cabana e o que ele encontra lá muda sua vida para todo o sempre. Mackenzie passa um fim de semana com Deus e aprende que tudo na vida tem um porquê.
“A Cabana” é um livro que faz as pessoas pararem para repensar suas vidas, tentarem entender as coisas sem julgar Deus pelos acontecimentos. Com certeza todos que lêem esta história podem sofrer uma transformação profunda para o resto de sua vida.
Alguém passar um fim de semana conversando e aprendendo com Deus, Jesus e o Espírito Santo é algo totalmente surreal, mas talvez por isso chame tanto a atenção dos curiosos. William escreveu de uma forma tão interessante que faz com que a gente realmente acredite que aquilo que estamos lendo aconteceu.
Mergulha-se de maneira profunda em todo o contexto que envolve o personagem e percebe-se que grande parte do conteúdo que Deus, na história, tem para passar faz sentido na vida real.
Este livro é uma história cheia de amor, ternura, transparência, surpresas e principalmente reflexões. É capaz de fazer uma pessoa mudar totalmente seu modo de ver a vida. Faz entendermos o amor que Deus tem por nós.
“A Cabana” é o tipo de história que todos deveriam ler para aprenderem o verdadeiro sentido da vida e o motivo de sempre valorizar tudo que acontece em nossas vidas, seja algo bom ou ruim, sempre terá um porquê, cabe a nós entendermos e aprendermos o que a vida tem para nos ensinar.

Daniela Casale

João Estrella x João Ninguém


Enquanto Rodrigo Santoro é o ator brasileiro mais conhecido em Hollywood, quem reina nos cinemas nacionais é Selton Mello. Seu nome no cartaz sempre gera, no mínimo, curiosidade. No caso de Meu Nome Não é Johnny (2008) rendeu, mesmo antes da estréia, muita repercussão. Com 15 filmes no currículo, ele é hoje o ator que mais tem buscado algo novo, diferente, quando o assunto é "fazer cinema".
E “Meu Nome não é Jhonny” parece que foi feito sob medida para o seu talento. É cômico, é dramático. Faz rir, mas também pensar. Seu personagem é real e se chama João Guilherme Estrella, o maior traficante de cocaína da alta roda carioca entre os anos 80 e 90. Sua história está escrita nas páginas do livro homônimo, do jornalista Guilherme Fiuza, e que serviu de inspiração para a produtora/roteirista Mariza Leão e o diretor/roteirista Mauro Lima criarem seu filme.
O personagem real, João Guilherme, depois de se envolver completamente com a droga, dever para traficante, se tornar um viciado, e até exportar sua mercadoria para a Europa, como relatado no filme, foi preso, julgado e condenado. Deu a volta por cima e hoje é empresário, produtor musical e compositor, prestes a aproveitar o filme para lançar seu primeiro CD.
No entanto, embora a história seja uma vitória para João, a história em si não traz uma lição de moral para os telespectadores. O jeito como as coisas rolaram, de uma forma inconseqüente e até mesmo orgânica é tudo muito bem retratado tanto no livro quanto no filme. Uma coisa foi levando à outra e quando João percebeu já estava nas manchetes dos jornais, sendo preso.
No filme, mesmo com 128 minutos, o ritmo é tão intenso quanto a vida do protagonista. Seu jeito carismático, de bem com a vida e a certeza de que tudo ia dar certo o trouxeram até aqui, para dar um exemplo às futuras gerações. Pelo menos é isso que pensam os cineastas.
Mas que exemplo é este que se dá bem vendendo e consumindo drogas? A mensagem deveria ser outra: a de que ele só conseguiu se safar porque deu muita sorte. Afinal, esta é a única diferença entre o João Guilherme Estrella e um João Ninguém.

Paola Prado

Crítica sobre o Sací Pererê

           Aconteceu na cidade de Bauru no bairro Meire Dota de 1 até 5 do mês de novembro de 2010 a semana  do Sací -Pererê que contou com a presença de 3 mil pessoas foram convidadas várias escolas dos bairros adjacentes que puderam saber um pouco da mito do menino negro de uma perna, para muita gente que não conhece passou a conhecer sabendo como surgiu.
         O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil. O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca. Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.
         Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho. O folclore do Brasil é riquíssimo, um dos mais ricos do mundo. Para sua formação, colaboraram principalmente, além do elemento nativo (o índio), o português e o africano. Estes três povos constituíram, podemos dizer as raízes.
          O evento serviu para as pessoas saberem melhor sobre sua vida, quando é comemorado, é claro que é mais para as crianças, porque elas acreditam vivem imaginando como é um saci Pererê, pena  que hoje em dia infelizmente existem  crianças que não interessam em saber sobre o folclore  brasileiro, ele é rico em seu poder de arte, tem criança que só pensa em TV e jogos.
          Isso acaba com seu senso de pensar adquirir novos rumos de pensamentos. A cultura no Brasil é poderosa, temos que fazer os jovem e os pequenos pensarem sobre esse aspectos, a exposição mostra sobre o folclore é muito legal segundo “a coordenadora Maria Clara de Mendonça passou de três mil pessoas pelo evento  porém esse número é pouco porque só esse Bairro são cinco mil pessoas morando.
          O evento não teve bastante adesão porque os pais pensam que o folclore é algo atrasado, mas o nosso folclore faz parte do nosso país.
Jefferson R. Domingues

Filme: Anjos e demônios. A história da ciência versus religião



         Milhares de pessoas em todo o mundo assistiram ao filme Anjos e Demônios, adaptação do livro escrito pelo best-seller Dan Brown, que estreou no Brasil dia 15 de maio de 2009.
Nos livros a história se passa antes dos acontecimentos narrados em O Código da Vinci, mas por motivos de marketing o filme foi adaptado como uma continuação de O Código.
As adaptações de livros para o cinema raramente agradam os leitores mais fiéis, mas a adaptação de Anjos e Demônios foi equilibrada. Toda a história gira em torno do ressurgimento dos Illuminati que querem se vingar da Igreja Católica. O filme começa com uma reflexão sobre a igreja, seguida da experiência de criação da anti -matéria.
Alguns personagens foram retirados do roteiro e outros foram criados em seu lugar, gerando um clima estranho de se ver na telona. Robert Langdon (Tom Hanks) está com mais movimento, aparentemente mais jovem e acompanhado da belíssima Victoria Vetra (Ayelet Zurer).
O filme tem a agitação típica dos livros de Dan Bronw, com uma trilha sonora envolvente e diálogos polêmicos. Algumas mudanças no roteiro foram aceitáveis, já que no livro tais cenas são forçadas e jamais ficariam boas no cinema. Em alguns momentos durante a primeira hora de filme fiquei um pouco “entediado”, pois o filme passava momentos monotodos, sem ação e compreensão, enquanto as cenas mais alteradas eram exibidas, mas no fim fiquei satisfeito quando a correria começou.
Os assassinatos dos cardeais e a corrida contra o tempo para salvá-los. Cenas intensas e um final digno. Pois quem leu o livro sabe dizer que o final do filme fui muito melhor e mais envolvente do que o livro. Enfim, vale conferir o filme que esta disponível em DVDs e claro com a mente aberta para as reflexões sobre a batalha Ciência versus Religião que é o tema central da história.


 Luan Martins

Admirável chip novo: Um apelo comercial


          Pitty, a cantora da música “Admirável chip novo”, usa a canção para falar sobre o controle do sistema econômico mundial diante as pessoas. Ela demonstra repúdio. Mas todo esse “blá, blá, blá, pense, fale, compra e beba” nos refrões da música”, na verdade, não passa de uma forma para conquistar de maneira consumista, jovens que sabem ser controlados e inconscientemente acham que podem ser livres do sistema, cantando e propagando músicas como está. O tom de revolta da música é apenas um apelo comercial e consumista da autora e produtora para controlar ainda mais os jovens e ouvintes.
Os maiores músicos do país, que se mantêm no topo da pirâmide, a exemplo de Gilberto Gil (atual Ministro da Cultura), Caetano Veloso, Raul Seixas, dentre outros, não apenas cantaram e encantaram através de suas músicas, mas sim, fizeram revolução em suas épocas, foram expulsos dos seus locais de vivência, por desejarem um mundo mais justo, as músicas eram usadas legitimamente para aumentar o louvor da alma revolucionária, legitimidade esta que não é percebida nesta música da cantora Pitty.  
      Porém, o foco é justamente a evolução das revoltas no planeta Terra, tivemos uma revolução da sobrevivência, onde os homens viviam após a descoberta do fogo, tendo suas principais descobertas; tivemos a revolução da idade média pela liberdade dos povos, que pagavam impostos aos seus senhores; a revolução industrial que culminou na revolução tecnológica, estas duas fizeram surgir o domínio de massa em favor do consumismo.
Vivemos atualmente uma revolução em favor da continuidade da vida na terra, mesmo que alguns ainda não percebam este movimento. A próxima revolução, após a revolução da sustentabilidade, será, justamente nas mentes das pessoas, nos intelectos adormecidos por séculos, na criatividade tolhida das velhas crianças, não precisaremos nos libertar de imperadores, nem de grades, nem da poluição, e sim do consumismo imposto pelos meios de comunicação em massa, e só conseguiremos isso ao repensar a educação.


Paola Prado

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TROPA DE ELITE 2


As primeiras imagens cinematográficas ocorridas no Brasil data do ano de 1896, rodadas na Baia da Guanabara. De lá prá cá, em mais de cem anos de história do cinema brasileiro, o mesmo ainda não conseguiu se tornar uma atividade auto-sustentável. No ano de 1932, criou-se a primeira lei federal de proteção ao cinema brasileiro, com o objetivo de tentar fazer com que o mesmo se tornasse uma atividade profissional, se não altamente lucrativo ao menos, viável.
Com o fim da Embrafilme (1969-1990), Empresa Brasileira de Filmes Sociedade Anônima, criada em 1969, empresa estatal, cujo objetivo era fomentar a produção e distribuição de filmes brasileiros, fez com que o campo do cinema brasileiro se mobilizasse e procurasse novas formas de relacionamento com o Estado, na tentativa de encontrar alternativas de sustentação para o fazer cinematográfico.
Anos depois da extinção da Embrafilme surgiu a LEI DO AUDIOVISUAL, e da ANCINE (agência Nacional de Cinema), que tentará regulamentar e fiscalizar o financiamento e a produção de filmes contemplados pelas leis de incentivo fiscal.
Com este incentivo, o cinema brasileiro crescerá tentando sempre conquistar o público interno, porque os patrocinadores exigirão um retorno financeiro significativo dos filmes patrocinados.
            Com todo este incentivo, o mercado cinematográfico brasileiro vem conquistando seu lugar ao sol, lançando filmes recordes de bilheterias, como por exemplo, é o que vem acontecendo com o filme Tropa de Elite 2 que está em cartaz já há algumas semanas.
Pela primeira vez um filme falará sobre a violência no Brasil, narrado pelo ponto de vista dos policiais.
Wagner Moura volta no papel do coronel Nascimento, dez anos mais velho. Na película atual ele passa a ser comandante geral do BOPE, e depois Sub Secretário de Inteligência. Em suas novas funções, Nascimento, fará com que o BOPE cresça e coloque o tráfico de drogas de joelhos, mas não percebe que ao fazê-lo, estará ajudando aos seus verdadeiros inimigos: policiais e políticos corruptos, com interesses eleitoreiros. Agora, os inimigos de Nascimento, são bem mais perigosos.
Tropa de Elite 2, cumpre a sua missão, que é o de tratar a violência e a corrupção na polícia, mas desta vez a trama elabora assuntos mais ambiciosos e assustadores.
Ao invés de culpar os riquinhos que compram drogas e financiam o tráfico no país, mesmo que usando apenas uma carreira de pó, a seqüência vai além e começa a mostrar que o buraco é mais em cima, isto é, os políticos que usufruem de qualquer situação para conquistar dinheiro e fama, e recebem apoio dos demais corruptos.
Tropa de elite 2, faz uma crítica mordaz ao governo e ao Congresso. Um deputado chega a ser espancado em cena.
Moura continua roubando a cena, e está ainda mais à vontade com o personagem que o consagrou. Seu talento é indiscutíve!
O roteiro de Braulio Montovani, mais complexo e polêmico, traz de volta todos os acertos do original, como as frases de efeito que caíram no gosto popular: "Pede pra sair”, "O Senhor é um fanfarrão" e "Faca na caveira, nada na carteira" dão lugares a novas frases que devem conquistar o público, como "Tá de pomba-girice comigo?" e "Quer me foder? Me beija!”
José Padilha, diretor continua corajoso e ousado na direção.
Para muitos, Tropa de Elite 2 será o blockbuster de ação do ano, com direito a efeitos especiais importados, cenas de ação mirabolantes e um enredo inteligente. Mas no fundo, é muito mais. Um retrato frio e cruel, porém realista, da nossa realidade.
Esse longa é uma obra de ficção, porém: "Qualquer semelhança com a realidade é apenas uma coincidência.”
O Filme que estreou no dia 8 de novembro, já percorreu mais de 696 salas do país e ultrapassa marca de 1 milhão de espectadores e faz recorde histórico de estréia chegando a superar o enlatado norte-americano, Eclipse. Tropa de elite 2, já está sendo considerado o filme de maior público na estréia da história do cinema nacional.

ANIZIO RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO





terça-feira, 23 de novembro de 2010

Clapton Multifacetado

  
                                                                                  



Eric Clapton é considerado um dos melhores guitarristas da história do rock e do blues. Em 47 anos de carreira cantor e guitarrista passou por diversas fases, transitou entre vários estilos musicais, se envolveu em inúmeras polêmicas e empreendeu o verdadeiro espírito do rock dos anos 60, com influências no blues e no jazz americanos. Em 2010 o guitarrista lança mais um álbum, Clapton, em que revela uma nova face, outra fase de sua bem-sucedida carreira.
Apelidado de Slowhand, Clapton nasceu em 1945 em Ripley, na Inglaterra. O britânico já participou de bandas de sucesso como Yardbirds e Cream. Além de ter tocado com grandes nomes do rock e do blues mundial como a banda The Who e os músicos Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan, B.B. King, Carlos Santana, Keith Relf, Jim McCarty, Jack Bruce e Ginger Baker.
Em sua trajetória viu serem pintadas em paredes de Londres a frase “Clapton is God” (Clapton é Deus”) e discos seus serem vendidos com o nome “Eric Crapton” (Crap significa fezes em inglês) após ser acusado de racismo ao protestar contra a imigração crescente durante um show em Birmingham, Reino Unido. Do céu ao inferno Clapton passou por fases difíceis e se afundou nas drogas e no alcoolismo após a morte de Jimi Hendrix e de seu avô em 1970.
No começo dos anos 1990, a tragédia voltaria a atormentar a vida de Clapton em duas ocasiões. Em agosto de 1990 o guitarrista Stevie Ray Vaughan (que estava em turnê com Eric) e dois membros de sua equipe de apoio morreram em um acidente de helicóptero. No ano seguinte, em 20 de março de 1991, Conor, filho de quatro anos de Clapton com a modelo italiana Lori Del Santo, morreu depois de cair da janela de um apartamento. Nesta ocasião Clapton lançou clássicos como Tears in Heaven, My Father's Eyes e Circus Left Town.
Entre seus maiores sucessos estão Let it Rain, After Midnight, Layla, Tell the Truth, Tears In Heaven, Wonderful Tonight e a regravação de I Shot the Sheriff, de Bob Marley.
Quem achou que Eric Clapton ia se aposentar como um velho roqueiro errou. O guitarrista manteve sua elegância no novo álbum, Clapton. O blues e jazz voltam com tudo em solos discretos e elegantes.

Contar uma vida em 2 horas e meia.

Brad Pitt nas fases da vida de Benjamin Button e Cate Blanchet como Daisy


O Curioso Caso de Benjamim Button é um filme inspirado num conto de F. Scott Fitzgerald e readaptado aos cinemas por Eric Roth que modificou grande parte do texto original dando um lado mais sagaz, com toques de sarcasmo e explorando justamente a reação de Benjamin frente às diferenças entre ele e as demais pessoas, mas o filme não é só uma curiosidade sobre uma anomalia genética “mágica” é um filme sobre a vida.
A história original é de uma pessoa que nasce com corpo e mentalidade de um adulto idoso que regredi mentalmente à medida que seu corpo rejuvenescia, mas no filme somos apresentados a história de um bebê que nasce com o corpo de um velho em seus 80 e poucos anos com mente infantil.
Brad Pitt interpreta Benjamin Button, o qual nasce no século XX ao final da primeira guerra e é abandonado pelo pai em um asilo de idosos, onde é uma criança num corpo de velho e cresce durante os principais acontecimentos da historia mundial. O filme testa a tese de Shaw ao levar o personagem a amadurecer emocionalmente à medida que seu corpo se torna forte e jovem.
O filme adota uma estrutura narrativa em flashbacks, onde a história é recriada a partir da leitura do diário de Benjamin por sua filha, Caroline, com Daisy, sua duradoura paixão, e que já idosa encontra-se à beira da morte num hospital em New Orleans durante a passagem do furacão Katrina, em 2005.
As cenas com sua amada complementam a proposta do filme, onde entendemos o quão ruim é para Benjamin quando se vê na iminência de formar uma família com Daisy, pois se não bastasse sua condição já representar um enorme fardo, pois o privou de ter uma infância ao lado das crianças que brincavam na rua ou de descobrir o primeiro amor na adolescência, uma vez que ninguém acreditaria em um adolescente no corpo de um velho, esse trágico personagem se vê confrontado pelo fato de que ele não poderá envelhecer junto com seus filhos e esposa.
O capricho do filme é caso a parte, pois mesmo se a história não colaborar a parte visual é deslumbrante, onde o roteiro além de ser belíssimo o cenário de época é inigualável, as maquiagens perfeitas e o “mini-Brad” de muletas foi espetacularmente perfeito.
A cada cinco minutos de filme tínhamos uma frase que nos dava um tapa na cara e dizia “ Hey, acorda! A vida tem que ser vivida, pois é um milagre!”. Benjamin Button é uma lição de vida em pouco mais de duas horas.
Cada momento do filme nos lembra o quanto somos sortudos por simplesmente estarmos vivos e termos todos os dias a chance de poder fazer exatamente o que mais sonhamos. Não fala sobre destino ou acaso, mas sim que nada disso importa quando o que interessa é tratar cada dia como uma dádiva. Por isso recomendo que mude seus planos para  o mais rápido possível e vá assistir O curioso Caso de Benjamin Button, JÁ!

Thais Franco 

O Cafundó nas Telas de Cinema


Cafundó é inspirado em um personagem real saído das senzalas do século XIX. João de Camargo (lázaro Ramos) , um  tropeiro e  ex-escravo. Que com a  libertação dos escravos e algumas decpções na vida passa a desenvolver sua mediunidade, sendo motivo de contestação pela sociedade e igreja. Seu dom  consiste em  ajudar o próximo. Ele se crê capaz de curar, e acaba curando, até que decide montar a capela da água vermelha na cidade de Sorocaba,  originando  um centro de peregrinação.
Sincretismo Religioso:  tem menção nos primeiros blocos da vida de João, desde que deixa a fazenda do coronel Barros, no final do século XIX e aprende os “pontos” com sua mãe, a ex-escrava e rezadeira Nhá chica. De certa maneira o sincretismo foi bem apresentado, pois mostrou mais a  realidade de São Paulo do que a do nordeste ( geralmento só associamos o sincretismo e esta região do Brasil) . O regionalismo Paulista foi marcante, na maneira de mostrar os hábitos simples do homem do campo.   Ao longo de sua trajetória religiosa, João de Camargo (Lázaro ramos) se espelha no falecido monsenhor João Soares do Amaral (Luis Melo)  tendo-o  por  mentor e guia. 
            Sua morte, em 1942, transforma-o num personagem  que formou a alma brasileira e, até hoje, nas lojas de produtos religiosos, encontramos sua imagem, O Preto Velho João de Camargo (Nhô João). 
O filme cujo gênero é drama, estreou em 2005, dirigido pelo ator Paulo Beti e Clóvis Bueno,  sendo  premiado com quatro Kikitos neste ano e com um prêmio especial no Festival de Gramado 2005: melhor ator (Lázaro Ramos), melhor direção de arte (Vera Hamburguer), melhor direção de fotografia (José Roberto Eliezer), prêmio especial do júri e prêmio RGE para melhor fotografia.Cafundó estreou em Sorocaba, Itu, Jundiaí e São Paulo. O mais interessante nesta premiação, é que a estreia do filme foi em cidades  interior paulista, mais precisamente Sorocaba, cidade em que João de Camargo viveu.
Todos os cenários e figurinos foram montados ao estilo no início do século XX.

Atores Principais: 
Lazaro Ramos- João de Camargo
Leandro Firmino- Cirino
Luís Melo-Monsenhor joão Soares
Francisco Cuoco-bispo 
Paulo Betti-devoto 



Waldemar Macilia 

Pato Fu faz “Música de brinquedo”



          Não é de hoje que essa geração musical implanta canções “antigas” infantis em seu repertório. É sempre assim. No meio da noite, quando a balada está no auge surgem canções da Xuxa, trem da alegria e Cia ltda., adaptadas para o ritmo da banda que se apresenta.
Até aí tudo bem, afinal de contas, a geração dos 30 aos 40 foi muito marcada pelos sucessos de programas infantis e grupos da mesma categoria.
          Para se ter uma idéia desta influência, o grupo mineiro Pato Fu acaba de lançar seu mais novo trabalho intitulado “Música de Brinquedo”. Uma gostosa brincadeira que vem agradando a muito marmanjo pelo jeito simples e pela criatividade familiar inserida na produção do álbum.E não é que eles usaram instrumentos de brinquedo e colocaram a criançada para desafinar, nos backing vocals, no mais gostoso estilo “nem aí, mas feliz” de ser, remetendo todos a uma volta instantânea ao passado. 
          Sucessos memoráveis como “live and let die”, “Ovelha negra” e até “ska” dos Paralamas do Sucesso, ganharam uma verdadeira orquestra de flautas, calculadoras, o inesquecível brinquedo “gênius” e outros mais em sua repaginação musical.Não é tão difícil de acreditar, mas é importante todos saberem que as músicas não passaram por nenhum processo computadorizado, tão comum nos dias de hoje, de pós produção. Do jeitinho que foram capturados, foram inseridos e gravados. 
          O repertório com 12 músicas está longe de ser destinado- como se pode observar- ao público infantil, mas com certeza, quem escuta volta a ser criança, tamanha a diversão e algazarra que o  cd proporciona. Algumas canções como “Love me tender” e “My girl” podem até enganar o ouvinte mais desatento e provocar uma sensação de cafonice ou tédio. Mas é só avançar o cd para a divertida “Twiggy twiggy” ,de autoria de um grupo japonês,que isso passa rápido.
          Ah. E quando indagados sobre qual ou quem foi a inspiração para este trabalho a gente até se irrita de não ter pensado no mais óbvio “Os Mupetts”,claro, dizem os integrantes da banda, Fernanda Takai (vocal)e John Ulhoa(guitarra). É preciso coragem e bom humor para ouvir uma, duas e na terceira vez, concordar que o resultado é mais do que agradável. É divertidamente familiar, criativo e de bom gosto.




Norton Emerson