quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um grito e uma oração

Equatorian


O homem sob o abuso da violência ilustra a exposição “Guayasamín, Uma América Pintada”, circuito que ficou exposto no Museu Oscar Niemeyer de 18 de março a 29 de setembro deste ano em Curitiba, Paraná. Oswald Guayasamín graduado pintor e escultor na Escuela de Bellas Artes de Quito, nasceu em 1919 e morreu em 1999 na capital do Equador.
Em traços fortes e personagens esquálidos que relatam dor, tristeza, medo, espanto e terror, o artista deposita o peso da expressividade nas mãos e nos olhos das figuras. Em seu trabalho, Guayasamín procurava denunciar sangrentas ditaduras, guerras e violências da América Latina do século 20. Representou o Juízo Final com óleo em tela.
Influenciado por arte milenar colombiana e muralistas mexicanos como Orozco e Diego Rivera, dialogou com mestres as arte brasileira como Portinari e Di Cavalcanti. Amigo de Fidel Castro e do poeta chileno Pablo Neruda, teve sua obra reconhecida internacionalmente. Assim conquistou o Grande Prêmio da III Bienal de Barcelona e o Primeiro Prêmio da Bienal de São Paulo.
Guayasamín costumava dizer que a pintura é “...ao mesmo tempo uma forma de oração e um grito...”. Ao visitar a exposição, muito bem organizada pelo curador Pablo Davi Guayasamín, filho do artista, é possível ver 98 obras representativas do equatoriano. Frente aos trabalhos, uma sensação de incomodo, um encantamento pelas mãos que clamam por um toque e uma compaixão pelos olhos manifestos domina o observador.
O artista usa cores quentes para retratar de forma geniosa a intensidade do clima e do estado de violência em que estão inseridos seus personagens. Tons de vermelho, laranjas, amarelos e azuis dramaticamente harmonizados com o preto constroem obras que inserem o observador no contexto. Ao mesmo tempo em que encanta, molesta, importuna e perturba, enleva, suspende e extasia quem visita a exposição. 
Las Manos de la protesta














Andréia Pisco

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