quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TROPA DE ELITE 2


As primeiras imagens cinematográficas ocorridas no Brasil data do ano de 1896, rodadas na Baia da Guanabara. De lá prá cá, em mais de cem anos de história do cinema brasileiro, o mesmo ainda não conseguiu se tornar uma atividade auto-sustentável. No ano de 1932, criou-se a primeira lei federal de proteção ao cinema brasileiro, com o objetivo de tentar fazer com que o mesmo se tornasse uma atividade profissional, se não altamente lucrativo ao menos, viável.
Com o fim da Embrafilme (1969-1990), Empresa Brasileira de Filmes Sociedade Anônima, criada em 1969, empresa estatal, cujo objetivo era fomentar a produção e distribuição de filmes brasileiros, fez com que o campo do cinema brasileiro se mobilizasse e procurasse novas formas de relacionamento com o Estado, na tentativa de encontrar alternativas de sustentação para o fazer cinematográfico.
Anos depois da extinção da Embrafilme surgiu a LEI DO AUDIOVISUAL, e da ANCINE (agência Nacional de Cinema), que tentará regulamentar e fiscalizar o financiamento e a produção de filmes contemplados pelas leis de incentivo fiscal.
Com este incentivo, o cinema brasileiro crescerá tentando sempre conquistar o público interno, porque os patrocinadores exigirão um retorno financeiro significativo dos filmes patrocinados.
            Com todo este incentivo, o mercado cinematográfico brasileiro vem conquistando seu lugar ao sol, lançando filmes recordes de bilheterias, como por exemplo, é o que vem acontecendo com o filme Tropa de Elite 2 que está em cartaz já há algumas semanas.
Pela primeira vez um filme falará sobre a violência no Brasil, narrado pelo ponto de vista dos policiais.
Wagner Moura volta no papel do coronel Nascimento, dez anos mais velho. Na película atual ele passa a ser comandante geral do BOPE, e depois Sub Secretário de Inteligência. Em suas novas funções, Nascimento, fará com que o BOPE cresça e coloque o tráfico de drogas de joelhos, mas não percebe que ao fazê-lo, estará ajudando aos seus verdadeiros inimigos: policiais e políticos corruptos, com interesses eleitoreiros. Agora, os inimigos de Nascimento, são bem mais perigosos.
Tropa de Elite 2, cumpre a sua missão, que é o de tratar a violência e a corrupção na polícia, mas desta vez a trama elabora assuntos mais ambiciosos e assustadores.
Ao invés de culpar os riquinhos que compram drogas e financiam o tráfico no país, mesmo que usando apenas uma carreira de pó, a seqüência vai além e começa a mostrar que o buraco é mais em cima, isto é, os políticos que usufruem de qualquer situação para conquistar dinheiro e fama, e recebem apoio dos demais corruptos.
Tropa de elite 2, faz uma crítica mordaz ao governo e ao Congresso. Um deputado chega a ser espancado em cena.
Moura continua roubando a cena, e está ainda mais à vontade com o personagem que o consagrou. Seu talento é indiscutíve!
O roteiro de Braulio Montovani, mais complexo e polêmico, traz de volta todos os acertos do original, como as frases de efeito que caíram no gosto popular: "Pede pra sair”, "O Senhor é um fanfarrão" e "Faca na caveira, nada na carteira" dão lugares a novas frases que devem conquistar o público, como "Tá de pomba-girice comigo?" e "Quer me foder? Me beija!”
José Padilha, diretor continua corajoso e ousado na direção.
Para muitos, Tropa de Elite 2 será o blockbuster de ação do ano, com direito a efeitos especiais importados, cenas de ação mirabolantes e um enredo inteligente. Mas no fundo, é muito mais. Um retrato frio e cruel, porém realista, da nossa realidade.
Esse longa é uma obra de ficção, porém: "Qualquer semelhança com a realidade é apenas uma coincidência.”
O Filme que estreou no dia 8 de novembro, já percorreu mais de 696 salas do país e ultrapassa marca de 1 milhão de espectadores e faz recorde histórico de estréia chegando a superar o enlatado norte-americano, Eclipse. Tropa de elite 2, já está sendo considerado o filme de maior público na estréia da história do cinema nacional.

ANIZIO RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO





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